Casa grande e terra grande, sertões e senzala: duas interpretações do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18441/ibam.4.2004.13.23-37Palabras clave:
Gilberto Freyre, Euclides da Cunha, Interpretações da cultura brasileira, Brasil, Século XXResumen
O artigo discute dois modelos interpretativos da sociedade e cultura brasileiras, cunhados nas obras Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha e Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre. O primeiro modelo, o do Brasil do eterno dilema, define uma disputa sem fim entre a modernidade e a cultura brasileira, evidenciando um conflito entre duas lógicas dificilmente reconciliáveis, a lógica da origem e do destino e a lógica legal e igualitária das sociedades modernas; o segundo modelo, do Brasil da harmonia autoritária, atribui positividade ao ethos brasileiro que se constrói nas origens da formação da sociedade, uma vez que alcançou equilibrar diferentes antagonismos sociais e culturais através da imposição de um sistema autoritário de trocas materiais e simbólicas. Argumenta- se que o fato de não se distinguir nessas interpretações o que seja construção da nação e construção de sociedade gerou a criação e reatualização do mito da ambigüidade brasileira, cuja perda de eficácia nos tempos atuais exige o reexame das interpretações que o criaram.Descargas
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